terça-feira, novembro 30, 2004

Quem sabe...

Querido Luís,

Passei a aula inteira nas nuvens. Quer estivesses parado como uma estátua, quer te movimentasses activamente, o meu olhar perseguia-te. Sem saber porquê, tinha uma vontade incrível de ter a tua cabeça deitada no meu colo só para poder enroscar nos meus dedos cada madeixa do teu cabelo e afagá-lo carinhosamente.

Desta vez, não descemos as escadas juntos. Apresso-me a abandonar a sala, de forma a tentar limpar a cabeça destes sonhos que me transportam para uma outra dimensão, onde tudo é perfeito. Quando pouso o primeiro pé no rés-do-chão, já me encontro novamente no planeta Terra. Dirijo-me até à biblioteca para voltar a requisitar uns livros e cruzo-me contigo à saída. Mostras-me uma mensagem da Ana Rita, que mantém a paixoneta por ti, à qual respondeste pedindo para ela te ligar! Que lata! Se fosse eu, não te ligava, ia sentir-me ignorada! E são exactamente estas palavras que articulo, sílaba por sílaba. "Mas tu não estás apaixonada por mim!... ou estás?" Por momentos, engulo em seco. Murmuro um "quem sabe...!" entre risinhos que disfarçam o meu embaraço. Levas claramente na brincadeira.

Mal sabes, Luís, como estou apaixonada por ti. Não é uma paixoneta de menina infantil por um rapaz com boa aparência. A tua beleza exterior apareceu diante de mim a partir do momento em que descobri a que existe dentro de ti. Esta paixão faz de mim uma pessoa diferente desde que a percebi, faz-me aproveitar os pequenos prazeres da vida, faz-me crescer. Tu fazes-me sentir realmente grande, enorme até, quando me elogias com a sinceridade que poderia ser o teu último nome. E essa sinceridade está também presente naquilo que eu sinto por ti.

Quem sabe... Quem sabe se um dia não poderei partilhar tudo isso contigo...

3 Comments:

At 11:47 da tarde, Blogger Å®t Øf £övë said...

Olá,
É tão bom esse sentimento de paixão.
No entanto é bom não esqueceres que apesar da paixão ser um sentimento inferior ao amor, a sua força e a sua energia são os grandes responsáveis por te moveres além dos teus limites, por avançares sobre os desafios e obstáculos.Quando se está apaixonado faz-se coisas que a própria razão duvida.
Não é à toa que se diz que os apaixonados vão mais longe, alcançam mais. O perigo é a cegueira que a paixão trás. Por isso, a paixão é fundamental no início da superação dos desafios, na conquista. Mas, para manter as conquistas, é preciso evoluir os sentimentos para o amor. A paixão leva à conquista,mas não a mantêm. O amor sim. A paixão é efêmera, impulsiva, obsessiva. Já o amor é prudente, constante, perseverante, compreensivo, altruísta. Portanto para conquistar APAIXONA-TE, e para manter o que conquistares AMA!!!!
Bom feriado.
Beijos.

 
At 10:50 da tarde, Blogger collectus said...

É tão bonita e ao mesmo tempo tão sofrida essa época de amor platónico.

 
At 9:35 da tarde, Blogger Unknown said...

Quando me apaixono de verdade, geralmente é como foi com vc: percebo primeiro o interior pra me interessar depois pelo exterior. Isso é lindo. :)

 

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